A nossa imaginação é povoada por terras e lugares inexistentes, da cabana dos sete anões às ilhas visitadas por Gulliver, do templo dos Thugs de Salgari ao apartamento de Sherlock Holmes.
Todavia, em geral, sabe-se que estes locais surgiram apenas graças à imaginação de um romancista ou de um poeta. Pelo contrário, nos tempos antigos, a humanidade construiu fantasias sobre locais considerados reais, como Atlântida, Mu, Lemúria, as terras da rainha de Sabá, o reino de Preste João, as Ilhas Afortunadas, o Eldorado, a Ultima Thule, Hiperbórea e o jardim das Hespérides, o local onde está guardado o Santo Graal, a rocha dos assassinos do Velho da Montanha, o país da Cocanha, as ilhas da Utopia, a ilha de Salomão e a Terra Austral, o interior de uma terra oca e o misterioso reino subterrâneo de Agarta.
Alguns destes locais animaram simplesmente lendas fascinantes e inspiraram algumas das mais esplêndidas representações visuais que são reproduzidas neste volume, outros constituíram obsessões para a fantasia alterada de caçadores de mistérios, outros ainda estimularam viagens e explorações que possibilitaram, a viajantes de todos os países em perseguição de uma ilusão, a descoberta de novas terras.
Sobre o Autor
Umberto Eco nasceu em Alessandria, em 1932.
Filósofo, medievalista e semiólogo, estreou-se na narrativa com O Nome da Rosa (Prémio Strega 1981), a que se seguiram O Pêndulo de Foucault, A IIha do Dia Antes, Baudolino, A Misteriosa Chama da Rainha Loana e O Cemitério de Praga.
Entre as suas numerosas obras ensaísticas (académicas e outras), destacam-se: O Signo, Os Limites da Interpretação, Kant e o Ornitorrinco, A Passo de Caranguejo, Construir o Inimigo e outros escritos ocasionais, Obra Aberta, Dizer Quase a Mesma Coisa - Sobre a Tradução e Como se Faz uma Tese em Ciências Humanas. Organizou ainda os livros ilustrados História da Beleza, História do Feio e História das Terras e dos Lugares Lendários.