Este é um disco nascido ao longo do tempo. Pete Astor, experiente autor erudito, ex-líder dos The Loft e The Weather Prophets (favoritos da Creation Records com os quais tocou no palco principal de Glastonbury e foram capa do NME), reúne vertentes e tributos no seu trabalho ao longo dos anos, minando a pop intemporal da guitarra em quadros líricos com ganchos melódicos, fazendo música para os dias de hoje, partindo do passado com um olho no futuro.
Ao lançar “Spilt Milk” (Fortuna Pop!) em 2016 que recebeu grandes elogios, Astor conitnua o mesmo espírito desse disco com James Hoare (Ultimate Painting, Proper Ornaments, Veronica Falls) como o pilar na guitarra. A ele se junta Franic Rozycki (The Wave Pictures) no baixo, Jonny Helm na bateria e Pam Berry (Withered Hand e Black Tambourine) na voz.
O psicadelismo de um dia de chuva de “One for the Ghost” mantém Pete Astor ligado ao mundo contemporâneo e relevante: da inteligência mordaz da faixa-título (‘It’s the wallpaper or me you know/ one of us has got to go/ said Oscar Wilde/ and then he died’), à dor de Walker (‘Walking the town, joining the future to the past/ the line from Arnold Circus all the way to Marble Arch’), passando pela eternal música de amor “Water Tower” e hino ao modernism rural (‘Meet my by the water tower/ it’s my favourite concrete flower’).
Magoado mas muito vivo, Astor e “One for the Ghost” enfrentam o futuro com um sorriso irónico e coração faminto.