sexta-feira, 19 de julho de 2019

Amélia de Orleães


Amélia de Orleães era uma mulher elegante, amável e culta. Como mãe, foi uma educadora atenta e exigente, preparando os filhos para cargos que não exerceriam. Parecia também ser a esposa ideal de D. Carlos. Graças à sua iniciativa, foram modernizados os setores da saúde e assistência social e foram criadas diversas instituições. No entanto, a última rainha de Portugal nunca conseguiu conquistar (a maioria d’) os portugueses, tendo ficado conhecida pela rainha mal-amada. 

Em Amélia de Orleães, biografia da autoria da historiadora Margarida Durães, que chega às livrarias hoje, ficamos a conhecer o retrato ímpar e a vida desta rainha. Trata-se de uma biografia que se distingue das demais pelo rigor historiográfico, apresentando os acontecimentos por ordem cronológica de modo a atrair a atenção do leitor e a fazê-lo partilhar, tanto quanto possível, das emoções da vida da biografada. É desenvolvida uma narrativa centralizada em D. Amélia, nunca permitindo que ela passe para segundo plano; expondo e não impondo; perseguindo e valorizando detalhes ínfimos; por último e não menos importante, procurando a verdade, «porque uma biografia não é um romance». 
Entre o nascimento e a morte no exílio, Amélia de Orleães viveu oitenta e seis anos repletos de momentos felizes, mas também de desilusões e traições. A sua vida foi uma luta contínua, espelhando um dos períodos mais críticos da história de Portugal e da Europa.

Sobre a Autora

Margarida Durães é professora aposentada de História Contemporânea do Departamento de História da Universidade do Minho. Atualmente é investigadora do Centro de Investigação Transdisciplinar Cultura, Espaço e Memória (CITCEM, Universidade do Minho), integrando o agrupamento Paisagens, Fronteiras e Poderes. É autora de livros, capítulos e artigos sobre história da família, história da cultura material e dos ritos da sociedade minhota. Nos últimos anos tem-se dedicado ao estudo das mobilidades geográfica, social e cultural dos séculos XVIII a XX.