sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Portugal, Desalento e Esperança precedido de Salazar, Caetano e Soares - Retratos de Muito Perto


Depois da publicação de Do Pântano Não Se Sai a Nado, Joaquim Silva Pinto confronta o leitor nesta sua nova obra com episódios do passado menos conhecidos, mas destacando também diversos empecilhos ao progresso que perduram na sociedade portuguesa.

O autor convida-nos a revisitar os mandatos de Salazar e Caetano com base em episódios que acompanhou. Mas, desta vez, confronta esses políticos do regime anterior com Mário Soares, que também conheceu de perto. Respeita-os a todos como líderes carismáticos mesmo quando os humaniza, por vezes em circunstâncias divertidas. Aponta para similitudes surpreendentes, propondo um jogo com resultado em aberto.

Fixa-se depois em empecilhos ao progresso que persistem na sociedade portuguesa e, utilizando uma linguagem metafórica, debruça-se finalmente sobre o ruir de grandes construções sistémicas, o inconformismo do ideário templário e o milagre da Luz segundo a ancestral crença dos Incas. Frequentemente relembra Fernando Pessoa.

Nestes capítulos, Silva Pinto não hesita em mencionar com frontalidade situações e responsáveis actuais. Nota-se o desassombro de quem, por índole e idade, não teme a ressonância do que escreve. A franqueza com que o faz tocará seguramente o leitor.

Sobre o Autor

Joaquim Silva Pinto integrou os governos de Marcello Caetano dos 33 aos 39 anos, numa preocupação renovadora. Foi pró­ximo de Melo e Castro e Pinto Leite. Em 1975, passou a viver em Madrid, começan­do como empregado e evoluindo com su­cesso nos meios empresarial e associativo. Regressado a Portugal em 1981, colaborou em grandes empresas, que apoiou na área da internacionalização, mas como dirigen­te associativo, dentro e fora das nossas fronteiras, participou em realizações dedi­cadas às problemáticas das PME’s e indús­trias criativas. Docente universitário, espe­cializou-se em organização empresarial. Após intervir no MASP, voltou à política ac­tiva, durante cinco anos, sendo deputado à AR e líder de bancada na CM de Oeiras. Veio a afastar-se do PS em oposição frontal a Sócrates. Em 2012, pôs voluntariamente termo a lugares de administração, dedi­cando-se a consultadoria com assumido empenho na valorização do sénior activo, das cidades sustentáveis e do papel das câmaras de comércio bilaterais. Tem pre­sentemente 80 anos.