quinta-feira, 29 de agosto de 2019

“Era uma vez em Goa” no Museu do Oriente




O Museu do Oriente dedica o mês de Setembro a Goa, desvendando olhares sobre este território, antes e imediatamente após a integração na Índia, em 1961, através do ciclo de cinema “Era uma vez em Goa: Identidade e Memórias no Cinema”. Em sete sessões, dos dias 4 a 29, às 18h00, os filmes e documentários apresentados revelam perspectivas de realizadores portugueses e goeses que problematizam a sua complexidade identitária e cultural. A entrada é gratuita. 

O ciclo apresenta filmes provenientes de arquivos públicos – da Rádio e Televisão Portuguesa, do Centro de Audiovisuais do Exército (CAVE), da Filmoteca Española –, por vezes desprovidos de som, que serão comentados por especialistas. Em contraponto aos filmes “oficiosos”, produzidos pela propaganda, serão mostradas investigações de realizadores não goeses, como “Eternal Foreigner” (2003), de Paula Albuquerque, e “Pátria Incerta” (2005), de Inês Gonçalves e Vasco Pimentel ou “A Dama de Chandor” (1998), de Catarina Mourão, numa cópia restaurada com o apoio da Fundação Oriente.

“Era uma vez em Goa” integra também filmes goeses contemporâneos, documentais e um filme ficcional konkani, que fixam percepções pessoais, mas que atestam quer a singularidade identitária goesa, quer um cuidado em fixar as alterações culturais e da ecologia do território.

O primeiro filme ficcional konkani, “Mogacho Anvddo” (1950) foi filmado, em Goa, por Jerry Braganza, ainda durante o colonialismo português. “Digant” (2012), de Dnyanesh Moghe, é um filme ficcional que participa no esforço de manutenção de uma produção de cinema local, em koncani, estando ligado, pela abordagem temática, às preocupações, pela via documental, de outros realizadores goeses.

Agrupados sob o título “Comunidades goesas e culturas em filmes documentais”, “Caazu” (2015), de Ronak Kamak; “Dances of Goa” (2012), de Nalini Elvino de Sousa; “Shifting Sands” (2013), de Sonia Filinto e “Saxtticho Koddo – O Celeiro de Salcete” (2018), de Vince Costa reflectem sobre práticas ancestrais que estão hoje ameaçadas.

Neste encontro entre Portugal e Goa através do cinema, “I Am Nothing”, de Ronak Kamat, fixa aspectos da vida e obra de Vamona Navelcar, um dos maiores vultos da pintura na Índia, que afirma a sua identidade goesa sem jamais esquecer a ligação a Portugal. 

“Era uma vez em Goa: Identidade e Memórias no Cinema” é co-organizado pela Fundação Oriente, em parceria com o Centro de Audiovisuais do Exército e com a RTP, através da cedência de materiais fílmicos. Todos os filmes são legendados em português ou em inglês.



Ciclo de Cinema

“Era uma vez em Goa: identidades e memórias no cinema”
4, 8, 13, 18, 22, 27 e 29 Setembro
Auditório e Sala Beijing

18h00
Entrada Gratuita, mediante levantamento prévio de bilhete