segunda-feira, 13 de março de 2023

Como o altruísmo pode trazer mais sentido às nossas vidas



«Se achas que o altruísmo é só para os santinhos ou aspirantes a Madre Teresa de Calcutá, deixa-me dizer-te já duas coisas: primeiro, estás completamente enganado e, segundo, nem imaginas o que andas a perder. O altruísmo não só faz bem aos outros como também é muitíssimo benéfico para quem o pratica.» Quem o afirma é Raul Manarte, psicólogo especialista em crise e catástrofe e uma das maiores referências no país em ativismo e trabalho humanitário, de quem a Contraponto irá publicar a 23 de março o livro O Altruísmo não Existe.

Depois de várias missões humanitárias em países como Moçambique (Cabo Delgado), Grécia (Moria), Ucrânia e Sudão do Sul, Raul Manarte decidiu escrever este guia de ação para voluntariado, trabalho humanitário e ativismo, que ajudará a melhorar o modo como ajudamos os outros. Um livro que alia a investigação mais recente em psicologia à experiência de anos de intervenção em situações de catástrofe e que mostra como o altruísmo pode trazer mais sentido às nossas vidas. Inclui testemunhos de outros ativistas e trabalhadores humanitários, como Catarina Furtado, apresentadora e fundadora da associação Corações com Coroa, o repórter de guerra Paulo Moura ou ainda Miguel Duarte, cujo papel no resgate de migrantes no Mediterrâneo lhe valeu um processo do governo italiano.

A sessão de lançamento é no dia 23 de março, às 18h30, na FNAC Norteshopping, e contará com a apresentação da jornalista Vânia Correia, da RTP. Será inaugurada ainda uma exposição de fotografia intitulada Às Escuras, no âmbito das missões humanitárias realizadas por Raul Manarte.

Sobre o Autor

Raul Manarte (Porto, 1982) exerce Psicologia há duas décadas no SNS e em clínica privada. Teve a primeira experiência de trabalho humanitário em 2016 e desde então nunca mais parou. Enquanto psicólogo especialista em crise e catástrofe, conta já com várias missões em Moria, Guiné-Bissau, Índia, Moçambique, Bolívia, Brasil, Ucrânia e Sudão do Sul. É gestor de atividades de saúde mental nos Médicos Sem Fronteiras. 

Músico formado na Escola de Jazz do Porto, é membro fundador do grupo de percussão be-dom e lançouse recentemente numa carreira em nome próprio. No videoclipe de «Moria», um dos temas que compôs, registou as condições sub-humanas do campo de refugiados onde trabalhou. «Na Bissau», tema sobre a mutilação genital feminina e o tráfico infantil, integra uma campanha da sensibilização da ONU. 

As suas viagens pelo mundo têm-se refletido na arte da fotografia, a que se dedica como meio de testemunho e de criação. É doutorando da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, com uma tese sobre Aconselhamento em Saúde. Vive no Porto, cidade de gente acolhedora e genuína a que chama Casa.