quinta-feira, 16 de março de 2023

Como recuperar a nobreza na arte de ensinar e aprender?



O que se passará de tão interessante numa sala de aula para que as sociedades industrializadas obriguem a sua juventude a lá passar tanto tempo, numa vida tão curta? Há uma certa convicção relativamente à aprendizagem que se impôs: o trabalho do espírito só é possível se o corpo estiver reprimido, imóvel e silencioso. Aquilo que Maxime Rovere mostra em A Escola da Vida é precisamente o contrário: o saber é fruto de corpos esperando interações, animados pelo desejo. É precisamente esta energia que circula em conflitos e em diálogos que nos faz crescer.

Depois de O Que Fazer dos Estúpidos, Maxime Rovere explora agora a erótica da aprendizagem, na tentativa de devolver a nobreza à arte de ensinar e aprender. Em A Escola da Vida defende que não se pode «considerar os professores como correias de transmissão, que podem passar conteúdos de saber de uma geração para outra» e aposta numa reformulação do método de ensino, que redescubra a relação entre aluno e mestre.

«Essa lufada de admiração é tão potente que basta uma chispa para que a admiração expluda em amor – um desses amores juvenis, confuso e inocente, terno, frágil, indizível e irrealizável, mediante os quais os jovens (mas não só eles) são levados a superar-se.»

Com tradução de Antonio Sabler, chega hoje às livrarias.

Sobre o Autor

Maxime Rovere (1977) é investigador independente na área da filosofia, associado à École Normale
Supérieure de Lyon. Ex-aluno da ENS e da École du Louvre, lecionou história da filosofia em Lyon e
na PUC do Rio de Janeiro. Além da sua obra dedicada a Espinosa (publicou a sua correspondência e
escreveu o romance Le Clan Spinoza. Amsterdam, 1677 e o sucesso Exister. Méthodes de Spinoza) e às trocas intelectuais no século XVII, Rovere é autor de uma biografia de Casanova. Em 2020, a Quetzal publicou O Que Fazer dos Estúpidos.