quinta-feira, 2 de março de 2023

Estreias de cinema de 2 de Março de 2023



Esta semana dentre as várias estreias de cinema nas salas nacionais o "Cultura e não Só" destaca as seguintes:



A Baleia

Com mais de 250 quilos de peso, Charlie (Brendan Fraser) sofre de obesidade mórbida e há já vários anos que se recusa a sair de casa. Professor de inglês num instituto, ele lecciona um curso online sobre “Moby Dick”, a mais famosa obra de Herman Melville, sempre de câmara desligada para evitar revelar a sua aparência. A única pessoa com quem convive com regularidade é Liz (Hong Chau), sua enfermeira e única amiga, que lhe presta os cuidados básicos. Apesar de ter aprendido a lidar com a solidão, há algo que consome Charlie mais do que tudo o resto: a culpa de não ter acompanhado o crescimento da filha Ellie (Sadie Sink, a carismática Max de “Stranger Things”), depois de ter abandonado o casamento com Mary (Samantha Morton) para viver um grande amor. Mas agora, decidido a conquistar o afecto da filha, que atravessa um momento particularmente delicado da sua vida, ele sente-se finalmente capaz de enfrentar os seus demónios. 
Estreado no Festival de Cinema de Veneza, um drama rodado durante a pandemia por Darren Aronofsky ("O Wrestler", "Cisne Negro", “Noé”, “Mãe!") que tem por base a aclamada peça de Samuel D. Hunter (que aqui se responsabiliza pelo argumento). É o mais mediático dos papéis recentes de Fraser, que foi uma grande estrela nos anos 1990 e no início dos anos 2000 e passou uns tempos afastado da ribalta, estando agora em pleno ressurgimento de carreira. Pela sua interpretação neste filme, ganhou Critics' Choice Awards e foi nomeado para o Globo de Ouro, o Screen Actors Guild, o BAFTA e o Óscar para melhor actor principal.



Creed III

Adonis "Donnie" Creed (Michael B. Jordan) nunca conheceu o pai, Apollo Creed, campeão mundial de pesos-pesados, morto durante um combate particularmente violento com Ivan Drago. Depois de uma infância complicada que o levou por caminhos perigosos conseguiu, com a ajuda do seu mentor e amigo Rocky Balboa, seguir os passos do progenitor e tornar-se campeão de boxe. Hoje ele tem tudo o que sempre sonhou, é um exemplo de superação e leva uma vida tranquila ao lado de Bianca (Tessa Thompson), com quem constituiu família. Até ser abordado por Damian Anderson (Jonathan Majors), um companheiro de infância e antigo lutador que passou os últimos 18 anos a cumprir pena de prisão e que agora quer voltar ao boxe para refazer a sua vida. Donnie, que fez esse percurso de reconstrução alguns anos antes, espera poder ajudá-lo. Mas não tardará a dar-se conta de que a luta de Damian é contra o mundo e que, no seu desejo de se reerguer, está disposto a destruir tudo à sua volta. E todos sabem que a única forma de o parar é numa luta corpo a corpo, dentro das quatro linhas do ringue.
Este é o ponto de partida do nono episódio da saga "Rocky", iniciada por Sylvester Stallone em 1977, e sequela de "Creed" (realizado por Ryan Coogler em 2015) e “Creed II” (Steven Caple Jr., 2018). Neste novo momento da história de Creed, Michael B. Jordan volta a dar vida ao protagonista e assume, pela primeira vez, os comandos da realização, seguindo um argumento da autoria de Keenan Coogler (irmão de Ryan) e Zach Baylin. Apesar de Stallone continuar listado como produtor, “Creed III” é o primeiro filme da série sem a presença da mítica personagem Rocky Balboa. 



A Arte de Morrer Longe

Conscientes de que a sua relação já não tem pernas para andar, Arnaldo e Bárbara (Pedro Lacerda e Ana Moreira) decidem que chegou a altura de avançar com o divórcio. As coisas seriam relativamente simples, não fosse o caso de terem uma pequena tartaruga que, sem que disso tivessem consciência, parece ter-se transformado no último elo de ligação entre os dois. Durante os diversos esforços de encontrar uma solução para o pequeno réptil, a verdade é que a separação definitiva vai sendo adiada. Até ambos perceberem que talvez não haja necessidade de se livrarem dela. Nem um do outro. 
Inspirado na novela homónima do romancista, dramaturgo e argumentista Mário de Carvalho, “A Arte de Morrer Longe” é um drama sobre a complexidade das relações humanas, que marca a estreia em longa-metragem de Júlio Alves, depois das curtas “Casa Manuel Vieira” (2013), “Haunted House” (2018) e  “Diálogo de Sombras” (2021).