Corrina Repp, cantora e multi-instrumentista de Portland, Oregon, frequentemente comparada a Beach House, Gillian Welch ou Cat Power, estreia-se pela primeira vez em terras lusas para dois concertos onde a palavra "intimista" fará todo o sentido.
Com a apresentação do seu mais recente disco a solo "The Pattern of Electricity", Corrina estará no dia 20 de Outubro no Passos Manuel, no Porto, e no dia 21 de Outubro chega a Lisboa, ao Palácio Pombal situado na rua de O Século onde a Carpe Diem Arte e Pesquisa é curadora. Aqui o concerto será embebido numa aura histórica, pois a actuação decorrerá na cozinha do palácio, revestida por azulejos azuis de outros tempos, onde supomos que o Marquês de Pombal tenha sido bem servido. As abobadas e arcos que compõem a estrutura deixam o som ser apresentado numa forma pura e cristalina, adequada para estas composições de Corrina.
Desde a sua entrada na editora Hush Records em 1998, Corrina Repp lançou quatro discos - "A Boat Called Hope" (1998), "The Other Side is Mud" (1999), "I Take On Your Days" (2001), "It's Only the Future" (2004) - que chamaram a atenção de Mark Kozelek (Red House Painters, Sun Kil Moon), lançando o quinto disco de Corrina, "The Absent and the Distant", através da sua famosa editora Caldo Verde, em 2006. Este disco teve uma excelente recepção por parte da Pitchfork - nota 8 (de 0 a 10) fazendo de Corrina parte fundamental da cena musical de Portland.
Um ano depois, Corrina juntou-se ao músico Joe Haege (31knots, Vin Blanc / White Wine) e formaram a banda Tu Fawning. Juntos lançaram um EP e dois discos, editados pela alemã City Slang, e durante cinco anos fizeram uma extensa tour pela Europa e EUA, culminando na sua separação - de banda e de relação amorosa - em 2012.
Durante o tempo que se seguiu, Corrina mudou-se para um pequeno apartamento sem tocar qualquer instrumento ou cantar, exorcizando deste modo a sua dor, e novos passos surgiram. Em 2014, entre o seu trabalho de part-time como actriz em filmes independentes, empregada de um restaurante ou "house-sitting" de uma mansão na floresta, Corrina começou novamente a escrever e a compor os nove temas que sustentam o seu mais recente trabalho "The Pattern of Electricity" (Caldo Verde Records / Discolexique, 2015), gravado em Novembro por Peter Broderick, amigo de longa-data que entra na composição sonora (canta e toca guitarra, bateria, teclado), e misturado por Benjamin Weikel.
Para Corrina, o ambiente certo para se ouvir a sua música tanto pode ser numa viagem pelo deserto ou no meio de uma floresta com os headphones postos. O som de "The Pattern of Electricity" é soturno e introspectivo mas acaba por ter mais 'pulso e corpo' que os anteriores, onde os arranjos musicais mostram um requintado indie folk electrónico, de linhas de guitarra meio que solitárias, orgão e sintetizadores. O single deste disco, "The Beasts Live in the Same Place", já tem vídeo.
Estes dois concertos de Corrina Repp em Portugal são mais do que esperados, após 17 anos de discos editados.