Em coprodução com o Goethe-Institut Portugal e a k’a Yéléma Productions (Paris) e em parceria com o AFRICA.CONT/Câmara Municipal de Lisboa, o espaço Lumiar Cité apresenta o filme “Wole Soyinka e Léopold Senghor – Um Diálogo sobre a Negritude”, da autoria de Manthia Diawara.
Partindo de material de arquivo, Manthia Diawara organiza um diálogo imaginado entre Léopold Senghor, um dos fundadores do conceito de Negritude, e Wole Soyinka, escritor nigeriano laureado com o Prémio Nobel da Literatura. Segundo Manthia Diawara, “o filme prova a relevância actual do conceito de Negritude, confrontando o ponto de vista dos seus muitos críticos, não apenas para os processos de descolonização e independência das décadas de 1950 e 1960, mas também para a compreensão do nacionalismo nos contextos artísticos e políticos contemporâneos, a intolerância religiosa, o multiculturalismo, o êxodo africano e de outras populações do Sul, e as políticas migratórias xenófobas do Ocidente”.
Depois da sua antestreia no Cinema Ideal, o filme torna-se o centro da exposição que inaugura no espaço Lumiar Cité, transformando o andar superior da galeria num cinema temporário, no qual é apresentado durante seis semanas em sessões diárias fixas. A inauguração da exposição coincide com uma conferência que conta com a presença de Manthia Diawara, Salah M. Hassan (Universidade de Cornell, EUA), Manuela Ribeiro Sanches (CEC/FLUL) e a moderação de José António Fernandes Dias (AFRICA.CONT), organizada em colaboração com o AFRICA.CONT/CML e o Centro de Estudos Comparatistas da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
O filme surge como o primeiro resultado de uma série de conferências organizadas pela Maumaus e o Goethe-Institut em parceria com AFRICA.CONT/CML, a New York University (EUA), a Akademie der Künste (Berlim, Alemanha) e o Institute for Comparative Modernities / Cornell University (Ithaca, EUA) que, desde 2011, tiveram lugar em Lisboa, em Dakar (“Modernities in the Making”) e em Berlim (“Rethinking Cosmopolitanism”).
Em 2016, o projecto terá continuidade em Lisboa, com o lançamento de duas publicações que reúnem ensaios dos participantes nas conferências.
Biografia Manthia Diawara
Manthia Diawara (Mali) vive e trabalha em Nova Iorque, onde é director do Institute of African American Affairs da New York University. Enquanto cineasta dirigiu “Edouard Glissant: Um Mundo Em Relação” (2009), “Maison Tropicale” (produção da Maumaus, 2008), “Who’s Afraid of Ngugi?” (2006), “Bamako Sigi-kan” (2002), “Conakry Kas” (2003), “Diaspora Conversations: from Goree to Dogon” (2000), “In Search of Africa” (1997), “Rouch in Reverse” (1995) e, em conjunto com Ngugi wa Thiong’o, “Sembene Ousmane: The Making of the African Cinema” (1994), entre outros. Entre as suas publicações destacam-se “Cinema Africano - Novas Formas Estéticas e Políticas” (com Lydie Diakhaté, 2011), “Não Arredamos Pé” (2008/We Won’t Budge: An African Exile in the World”, 2003), “Black-American Cinema: Aesthetics and Spectatorship” (1993), “African Cinema: Politics and Culture” (1992) e “In Search of Africa” (1998), para além dos muitos ensaios produzidos sobre cinema e literatura das diásporas africanas.