Na senda das comemorações dos 25 anos de carreira do projecto Saturnia, o seu mentor, o músico Luís Simões, apresenta agora o segundo single retirado do álbum The Seance Tapes, que reúne o melhor dos discos até aqui editados pela etiqueta alemã Elektrohasch.
Depois do concerto de apresentação do disco, que em Maio passado encheu a sala do MusicBox, uma das raras aparições ao vivo do projecto, Saturnia, mostra mais uma faixa deste disco "ao vivo em estúdio".
Gemini, conta mais uma vez com a inconfundível prestação do multi-instrumentista Luís Simões (Ex. Blasted Mechanism). Editado originalmente em 1999 como parte integrante do disco homónimo, Saturnia, vê-se agora revisto aos olhos da inspiração actual do seu criador:
"É uma peça desenhada mentalmente, numa fila de paragem de autocarro, na avenida da Républica, num daqueles dias em que só chove em cima de nós, simbólica e literalmente. Quando cheguei a casa fiz uma maqueta no meu gravador de 4 pistas que é essencialmente a música que viria a aparecer mais tarde no primeiro disco de Saturnia com o João Gomes (Cool Hipnoise/Orelha Negra) como convidado no solo de Moog. Esta versão de 2018 é mais orgânica, fluída e emocional" explica Luís Simões.
Saturnia tem uma extensa obra, repartida por seis álbuns de originais, todos editados pela editora Elektrohash. Aclamado pela critica internacional especializada e por fãs muito fieis, o projecto de Luís Simões ainda tem muito para dar.
Sobre "Saturnia"
Saturnia é criação do multi-instrumentista e produtor Luís Simões, na guitarra, sitar indiano, theremin, gongo, bass pedals, orgão, sintetizador, piano eléctrico, mellotron e voz.
É o arquétipo de one-man band de estúdio que desenvolve o seu trabalho criativo essencialmente sozinho, de uma forma reclusiva, apenas partilhando a sua estética com convidados selecionados, como Daevid Allen(Gong), Nik Turner(Hawkwind) e Stefan Koglek(Colour Haze). Já ao vivo, a presença mais assídua nas raras aparições de Saturnia foi a de Francisco Rebelo, dos Orelha Negra.
Melómano incontrolável e eclético, Simões alia o seu ethos musical à urgência da partilha estética como motor para a sua incessante criação. Neste processo, tocou e gravou com artistas como The Gift, Cool Hipnoise, More República Masónica, Ritual Tejo, Lulu Blind, Ena Pá 2000, The Firstborn, Nigga Poison, 31 ou Plastica.
Há ainda que destacar o seu papel nos Blasted Mechanism; sob a égide de Zymon, o músico participou no processo criativo dos últimos quinze anos da banda, tendo saído este ano por divergências criativas; e nos Shrine, uma das bandas lendárias da primeira vaga do thrash metal nacional, sempre evocada ao lado dos sacrossantos Thormentor.