Continua, com enorme sucesso, o extenso ciclo dedicado aos grandes realizadores do cinema francês dos anos 30, 40 e 50, aqueles que “alimentaram a geração da Nouvelle-Vague”, os que abraçaram o cinema nas “suas expressões mais conscientes”, para usar uma expressão de Serge Daney que “mudaram as formas” do cinema e por isso influenciaram todos os outros cineastas. São 16 filmes, vários deles inéditos em sala em Portugal, 16 obras-primas, essenciais para a compreensão da história do cinema. Filmes que “mudaram a nossa vida e mudaram o cinema”, realizados por 10 dos maiores realizadores franceses entre 1936 e 1960, que agora vemos em Lisboa, no Espaço Nimas e também no Porto, no Teatro Campo Alegre desde o passado sábado, 1 de Setembro.
Nesta 4ª parte revisitamos quatro dos maiores cineastas de todos os tempos, a dois dos quais, os Cahiers du Cinéma dedicariam um número especial, na década de 60, exaltando-os como dois dos grandes e “verdadeiros cineastas” que “pegavam o texto literário pela cintura”: Sacha Guitry (“O Veneno”) e Marcel Pagnol (“A Filha do Poceiro”). Também Jean Renoir - o “maior cineasta do mundo” ou “aquele que abrange todo o cinema”, segundo Truffaut, de quem podemos agora ver ou rever “French Can-Can”. E, finalmente, Max Ophüls (“O Prazer”), o “Cineasta de Cabeceira” para os da Nouvelle Vague, o melhor cineasta francês juntamente com Jean Renoir.
“Boom for Real”: A Adolescência Tardia de Jean-Michel Basquiat, de Sara Driver, é um documentário que retrata os anos anteriores à fama do célebre artista americano Jean-Michel Basquiat, e a forma como a cidade de Nova Iorque, os seus habitantes e as mutações da cultura artística nos finais da década de 70, inícios de 80. Esta é “Uma das representações mais arrebatadoras da cena nova-iorquina” (The Hollywood Reporter), onde vemos desfilar Lou Reed e os Velvet Underground, o realizador Jim Jarmush, o escritor de “Naked Lunch”, William Burroughs, o saxofonista John Lurie e The Lounge Lizards, a fotógrafa Nan Goldin, o escritor Luc Sante, o extravagante contra-tenor alemão, Klaus Nomi, o artista Joseph Beuys, Andy Warhol, entre outros maiores da cena nova-iorquina.
“Happy Hour”, do realizador japonês Ryûsuke Hamaguchi, é um filme épico, sobre o desencantamento amoroso e as narrativas em torno do quotidiano que lembra um pouco o destino trágico da condição feminina em Mizoguchi. Com estreia marcada para 27 de setembro, esta longa-metragem em forma de série, deixa a sua marca indelével pelo seu estilo rigoroso, emocional e meditativo atravessando lugares, personagens e a ilusão das relações humanas. A tristeza, a felicidade, o amor e o desamor em 5 horas e um quarto, divididas em 3 partes, de beleza e fruição. “Uma obra distintamente moderna que toca as tradições clássicas do melodrama - com os seus acasos e violentos contrastes (…)” (The New Yorker).