segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Ministro da Cultura na inauguração da exposição "A Vida em nós"

Ministro da Cultura e Sra. com Conceição e António Vieira Coelho, Adm. Estoril Sol


Com o patrocínio da Estoril Sol, a cerimónia de inauguração da exposição de pintura “A vida em nós”, da autoria de Luís Vieira-Baptista, contou com a presença do Ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes. Mais de duas centenas de pessoas compareceram no Centro Cultural de Cascais para assistir a este evento cultural que contou, ainda, com a apresentação da nova versão da peça musical DENEB, do compositor Pedro Teixeira da Silva, dirigido pelo maestro Nikolay Lalov. Sob a curadoria de Conceição Vieira Coelho, esta mostra individual de pintura estará patente até 18 de Novembro, sendo a entrada livre.

Numa introdução sobre a exposição, Luis Vieira-Baptista evoca Eckhart Tolle. “O pensamento e a linguagem criam uma dualidade aparente, uma entidade separada, quando na realidade não é isso que se passa. Na verdade, nós não somos alguém que está consciente da árvore ou da ave que acabámos de ver, do pensamento, do sentimento ou da experiência. Somos a percepção ou a consciência onde, e através da qual, aquelas coisas surgem”.

“O mais importante de tudo, e que serve de mote a esta exposição, é constatarmos que a consciência pura é a Vida antes de ela se manifestar e, uma vez que nós somos essa consciência, a Vida olha para o mundo físico através dos "nossos" olhos.
Então, quando nos reconhecemos como sendo a consciência, revemo-nos em todas as coisas”.

“Aquilo que ouso exprimir através dos trabalhos que agora vos apresento na Fundação D. Luís I é, sem tirar nem pôr, a interpretação possível, enquanto pintor, do que acima transcrevo. Não sou ilustrador de ideias, mas sim um fazedor de perguntas com recurso ao visionismo que as sincronias do acaso me proporcionam”, explica Luis Vieira-Baptista.

E prossegue: “As minhas telas não almejam responder a dúvidas, pois não é esse o propósito da Arte. Mas as perguntas surgidas pelas dúvidas, são o meu mote criativo. Será o espectador, se assim o entender, a dar as suas próprias respostas, na realidade as únicas que interessam, pois ao não virem de terceiros, permitem que as respostas surjam com recurso à sabedoria e não ao conhecimento”.

“Muito do que aqui apresento é um livro aberto do que me vai na alma, uma "exposição'" no seu sentido mais literal. Não fujo a comprometimentos e chego mesmo a acreditar, pois há sempre uma alta percentagem de optimismo e romantismo na minha obra, que haja pessoas a ler estas palavras, pois não sendo elas prioritárias neste contexto são, contudo, complementares para percebermos o 'making-of' das coisas...”.

“Se é uma das pessoas que lê estes catálogos, fique a saber que procuro não desperdiçar os momentos que a vida me dá, ao permitir-me ser um observador do que me rodeia, pleno de consciência que o agora é irrepetível. Tem sido um privilégio partilhar a vida que me foi dada viver, com seres humanos tão especiais como aqueles com que tenho tido a sorte de conviver”.

E conclui: “Como qualquer artista, tenho muita dificuldade em eleger as minhas obras porque são todas, fruto da mesma entrega, embora reconheça que haja umas, mais próximo do que outras, da ideia original. Para resolver este problema, nada melhor do que contar com a ajuda da minha amiga Conceição Vieira Coelho, para a curadoria desta mostra, pois sem a sua sensibilidade e empenho, a coerência de "A vida em nós" não seria tão eloquente e significativa. Obrigado São!”.