Porque a literatura é um compósito complexo de signos que nega a ditadura do banal em que estamos imersos e, na sua expressão máxima, a poesia, se insurge contra as palavras gastas dum quotidiano asfixiante, eis porque ela é incompreendida, ou rechaçada para territórios periféricos ao debate político.
Agitar as águas do real, essa é a suprema função da arte e – como a História comprova – a dúvida é um espinho que se crava fundo na certeza dos moralistas. É a dúvida e o princípio do incerto que mobiliza também este voltar a ler, pois foi sempre no gesto da releitura que se perceberam melhor certas ideias e caíram por terra certos preconceitos. Voltar a ler é abertura, compreensão, partilha.
Num livro sobre poesia portuguesa moderna e contemporânea, sobre ensaístas portugueses e temas relativos à educação e a outros temas de cultura, António Carlos Cortez dirige-se aos professores e aos pais, quer convocar alunos e investigadores, todos quantos não querem e não cedem ao tempo dos «burrocratas». Um livro para voltar a ler.