«Instantes antes do ataque
havia pássaros a cantar entre a folhagem. Se abrisse os olhos
veria a terra vermelha e o verde muito vivo do capim. Assim, de
olhos fechados, abre-se na minha memória uma paisagem quase
idêntica», fala Jonas Savimbi no conto que dá título a esta coletânea
de onze de José Eduardo Agualusa. A Educação Sentimental
dos Pássaros reúne onze contos, onze histórias, onze
cenários – e onze possibilidades. Chega às livrarias com o cunho
da Quetzal Editores a 21 de Setembro.
Inesperados e mágicos, estes contos refletem a mesma preocupação
sobre a origem e a natureza do mal. Como é que o pequeno
Jonas se transformou em Savimbi? Por exemplo. Os anjos
e demónios caminham entre nós e nem sempre se distinguem
uns dos outros.
José Eduardo Agualusa é um autor do mundo, vive entre ideias,
realidades, sonhos e medos: joga com as palavras, vira as possibilidades
ao contrário. Às vezes as histórias aparecem-lhe enquanto
dorme. Nunca sabe como terminará uma personagem
que lhe surgiu mesmo que seja um anjo. Ou um demónio. Esta
imprevisibilidade torna-o ímpar no panorama da Grande Literatura.
Sobre o Autor
José Eduardo Agualusa nasceu na cidade do Huambo, em Angola, a 13 de dezembro de
1960. Estudou Agronomia e Silvicultura. Viveu em Lisboa, Luanda, Rio de Janeiro e Berlim. É
romancista, contista, cronista e autor de literatura infantil. Os seus romances têm sido distinguidos
com os mais prestigiados prémios nacionais e estrangeiros, como, por exemplo, o
Grande Prémio de Literatura RTP (atribuído a Nação Crioula, 1998); também os seus contos e
livros infantis foram merecedores de prémios, como o Grande Prémio de Conto da APE e o
Grande Prémio de Literatura para Crianças da Fundação Calouste Gulbenkian, respetivamente.
O Vendedor de Passados ganhou o Independent Foreign Fiction Prize, em 2004, e, mais recentemente,
o romance Teoria Geral do Esquecimento foi finalista do Man Booker Internacional, em
2016, e vencedor do International Dublin Literary Award (antigo IMPAC Dublin Award), em
2017. A partir de 2013, José Eduardo Agualusa começou a publicar a sua obra na Quetzal.