quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Djon África a primeira longa-metragem de Filipa Reis e João Miller Guerra


"Djon África", a primeira longa-metragem de ficção realizada por Filipa Reis e João Miller Guerra, estreia nas salas de cinema portuguesas já no próximo dia 29 de Novembro: Cinema Ideal e Cinema Nimas (Lisboa), Cinema Trindade (Porto), Alma Shopping (Coimbra), Alegro Alfragide (Amadora), Cinema City Leiria (Leiria) e Alegro Setúbal (Setúbal).

Neste filme, acompanhamos a história de Miguel “Tibars” Moreira, filho de cabo-verdianos que nasceu e cresceu na periferia de Lisboa e que toda a vida foi criado pela avó. Miguel viaja até Cabo Verde para conhecer as suas raízes e encontrar o pai, que nunca conheceu. 

Miguel Moreira participou já em outros filmes de Filipa Reis e Miller Guerra, como Li Ké Terra (Grande Prémio CGD Longas-Metragens DocLisboa 2010) e Fora da Vida (Melhor Curta-Metragem Portuguesa no IndieLisboa 2015). A ideia para o filme surgiu depois da morte do pai do realizador João Miller Guerra: "Nessa altura estávamos a começar a pensar em escrever uma primeira longa metragem de ficção e o Miguel era alguém que já conhecíamos bem mas que nunca tinha conhecido o seu pai embora o pai estivesse vivo. Decidimos propor ao Miguel que a nossa ficção assentasse sobre esta sua história real. Foi assim que esta aventura começou.", afirma Miller Guerra. O realizador Pedro Pinho (A Fábrica de Nada, As Cidades e as Trocas, Um Fim do Mundo, Bab Sebta...) juntou-se à dupla de realizadores para com eles desenvolver o argumento.

As rodagens de Djon África realizaram-se entre o Casal da Boba, em Portugal, e quatro ilhas do arquipélago de Cabo Verde: Santiago, São Nicolau, Santo Antão e São Vicente.

"Djon África" é uma co-produção das portuguesas Terratreme e Uma Pedra no Sapato, da produtora brasileira Desvia e da produtora cabo-verdiana OII, e depois da estreia no Festival Internacional de Cinema de Roterdão, tem feito um percurso pelos principais festivais de cinema internacionais e teve já estreia comercial no Brasil.


Sinopse
Miguel Moreira, também conhecido como Tibars, também conhecido como John África, acaba de descobrir que a genética é madrasta e que a sua fisionomia - bem como alguns traços fortes da sua personalidade - o denunciam, ao primeiro olhar, como filho do seu pai, alguém que nunca conheceu.
Essa descoberta intrigante leva-o a tentar saber quem é esse homem. Dele sabe apenas aquilo que lhe conta a sua avó, com quem vive desde sempre.
A curiosidade galopante faz com que decida ir à sua procura. Seguindo o percurso de John Tibars ao encontro do seu pai iremos também ao encontro desse território do sonho que assombra as memórias, os desejos ou as mitologias de uma boa parte daqueles que mantêm as suas raízes culturais e a génese da sua identidade no continente africano. Tibars vive duas identidades em conflito e ao mesmo tempo em harmonia. O que é viver num gueto em Portugal e ser africano sem o ser? Esta ambivalência encontra a projecção de toda uma vida nesta aventura. África surge aqui com toda a carga que tem na imaginação, na projecção não só do lugar, como da sua essência, da sua pertença.