É em Novembro que a Avenida da Liberdade se enche de movimento num corrupio ávido da melhor música contemporânea. Para a edição deste ano, mais três convidados se confirmam: Benjamin Clementine, Villagers e Selma Uamusse.
Depois de uma recente e espantosa passagem por Portugal, Benjamin Clementine está de volta para um concerto absolutamente imperdível. É um dos artistas ingleses que maior destaque tem tido nos últimos tempos. Antes de completar 20 anos, a vida levou-o até Paris e por lá, sem dinheiro, viveu sem abrigo, tocando nos lugares mais improváveis para sobreviver. Mas o seu génio autodidacta cedo foi descoberto e, de regresso à terra mãe, acabou quase que por milagre por se apresentar no famoso Later... with Jools Holland, mesmo sem qualquer contrato com uma editora, tocando o tema título do seu EP de estreia, “Cornerstone”. A passagem televisiva foi o mote para o retumbante e fulminante trajeto de Benjamin. Os concertos avolumaram-se, as editoras apareceram e Benjamin, hoje, tem já um LP editado – chama-se “At Least For Now” saído em Janeiro deste ano – e é um dos casos sérios da música britânica. Poeta, canta com as vísceras elegantíssimos temas soul e pop ao piano, lembrando a intensidade performativa de Nina Simone ou o jeito intimista de Antony Hegarty.
Villagers é o projeto do multi-instrumentista Irlandês, Conor O’Brien. Com os dois primeiros discos foi nomeado para vários Mercury Prize e lançou este ano o belíssimo “Darling Arithmetic”. Nele, O’Brien encarregou-se de todas as tarefas: composição, execução dos instrumentos, mistura e gravação. Registo despojado de arranjos exagerados, é emocionalmente muito intenso, revelando a intimidade do músico num jeito belo entre a folk e a pop.
Selma Uamusse é, indubitavelmente, uma das grandes vozes do momento. Moçambicana de nascimento, portuguesa de crescimento, tem colaborado com nomes de diferentes géneros musicais - Rodrigo Leão, Nu Jazz Ensemble ou WrayGunn - demonstrando toda a versatilidade da sua sublime voz. Prepara o lançamento do seu trabalho de estreia, um disco que juntará os sons africanos, temperando ainda as composições com eletrónica, psicadelismo e outros registos. Para ver e ouvir no Vodafone Mexefest.