terça-feira, 28 de dezembro de 2021

República Alexandrina em cena no Centro Cultural Malaposta

A República Alexandrina é a 4.ª criação d’ O FIM DO TEATRO e estreia a 20 de Janeiro de 2022 no Centro Cultural Malaposta, em Odivelas. 

Da autoria de Pedro Saavedra, República Alexandrina é o resultado intuitivo da observação dos processos e das lutas políticas que colocam em risco a democracia liberal. O valor republicano da causa comum, de que da conduta de cada um depende a sorte de todos, está cada vez mais em perigo.

As conquistas culturais das democracias ocidentais parecem eternas, como se a evolução das civilizações fosse sempre um crescente de liberdade e aceitação da diferença, mas nunca assim foi e nunca assim será.

O espaço da Alexandrina é um espaço de encontro de culturas há cem anos. Na Sociedade Recreativa República Alexandrina, esperam-se convidados para a comemoração mais aguardada da história, mas nenhum aparece.

Como se apenas a burocracia e a logística dos convites tivesse falhado, angariam-se convidados desconhecidos no meio da rua, para garantir a importância do momento. Tal como nas nossas principais cidades se tem assistido ao desaparecimento destes espaços – por troca com a turistificação, através da especulação imobiliária com os proprietários – também ali se espera o pior, mas o pior que finalmente acontece é de outra natureza.

A República Alexandrina apresenta-se no Centro Cultural da Malaposta (Olival de Basto, Odivelas) até 30 de Janeiro e, entre 3 e 12 de Fevereiro, no Auditório Municipal António Silva (Cacém, Sintra).

sinopse

Há cem anos que uma reprodução de A Família de Dário Diante de Alexandre, de Paolo Veronese, está no salão nobre da Sociedade Recreativa República Alexandrina. No tempo em que a causa pública fazia sentido, este salão foi palco de discursos, comícios, festas e debates sobre a vida da cidade. No dia em que celebra o seu centenário, e sob o perigo de ter a sua sede vendida, convidados estranhos desenham uma celebração inesperada. Num tempo em que diferentes linhas de possibilidades se cruzam, em realidades paralelas, e que, acima de tudo, duas ideologias se desafiam continuamente, nada, mas mesmo nada, os fará parar de lutar. Lá fora, os sons das máquinas e dos violinos começam a ouvir-se.