Baiôa sem data para morrer assinala a estreia literária do editor Rui Couceiro. Este novo romance no catálogo da Porto Editora tem na sua consciência a finitude do ser humano.
«Até esse momento, vivia as coisas sem tempo para refletir. Como se a velocidade me impedisse de realmente viver, ao tirar-me o tempo necessário para a contemplação daquilo que se experiencia.» Reflexão profunda sobre o ritmo desenfreado imposto pelas novas tecnologias, a dependência das redes sociais e a banalização do burnout, Baiôa sem data para morrer é uma viagem de descoberta íntima, física e psicológica. Neste primeiro romance de Rui Couceiro, um jovem adulto citadino decide mudar-se para nenhures na planície alentejana, narrando-nos quase em jeito de diário as experiências por lá vividas na companhia de uma mão-cheia de personagens castiças, tragicómicas, quase impossíveis, tão ao jeito de um realismo mágico sul-americano. Velhice e morte – e, em muitos casos, uma estranha forma de vida – num interior que murcha.
O livro já se encontra em pré-venda e estará disponível nas livrarias a 23 de junho.
Sobre a obra, diz o próprio autor: «A ficção sempre me fascinou. Não tenho tanto interesse em escrever sobre o que aconteceu, estimula-me é escrever sobre o que não aconteceu, ou, melhor dizendo, sobre o que poderia ter acontecido. Truman Capote disse que o aspeto mais pessoal e mais revelador de um autor é a sua imaginação. E eu concordo. O que mais diz sobre mim é a minha imaginação e o que eu consigo ou não fazer com ela e com as ferramentas narrativas de que dispuser. Neste caso, eu quis deixar o leitor sem direção até a uma fase muito adiantada do romance. Quis tirar-lhe referências, mergulhá-lo em informações múltiplas, de vários universos. E, só mais tarde, aos poucos, ir encaminhando a história para onde ela deveria ir. »
Sobre o Autor
Rui Couceiro nasceu no Porto em 1984. É licenciado em Comunicação Social, mestre em Ciências da Comunicação e tem uma pós-graduação em Estudos Culturais. Orgulha-se de ter crescido de joelhos esfolados, em Espinho. Foi campeão nacional de voleibol em todos os escalões de formação e considera que o desporto foi a sua principal escola. Durante a adolescência, decidiu que queria ser jornalista e, aos quinze, começou um percurso de oito anos numa rádio local. Estagiou na SIC e foi correspondente da LUSA, até perceber, em 2006, que afinal não queria o jornalismo, mas sim apostar noutra paixão – os livros. Foi assessor de comunicação e coordenador cultural da Porto Editora durante dez anos, até que, em 2016, assumiu funções de editor na Bertrand, tendo desde então a seu cargo a chancela Contraponto. Nos últimos anos, reatou colaborações com a comunicação social: primeiro, partilhou com a escritora Filipa Martins a autoria e apresentação do programa «A Biblioteca de», na rádio Renascença; atualmente, escreve para o site da revista Visão. É, desde 2021, membro do Conselho Cultural da Fundação Eça de Queiroz. Abandonou uma tese de doutoramento em Estudos Culturais, para escrever este romance.