O Teatro dos Aloés no ano de 2021, durante a pandemia, comemorou os 20 anos de existência. Não foi possível assinalar condignamente a data. No decorrer deste ano pretende promover as duas décadas de existência. O Teatro dos Aloés é o resultado da reunião de um conjunto de profissionais que partilharam uma série de projectos e experiências em comum.
Fazer Teatro para esta equipa significa contribuir para um esclarecido exercício da cidadania, a elevação moral e espiritual e o desenvolvimento cultural das populações para quem trabalham. Pensam o Teatro como o lugar indicado para a reflexão colectiva, o lugar onde é possível aos actores oferecerem a sua própria experiência a um grupo de pessoas interessadas nesta arte.
Até ao próximo domingo está em cena a peça: "O Meu Pé de Laranja Lima".
Um dos mais lidos livros juvenis em língua portuguesa, conta-nos a comovente história de Zezé. Um menino de seis anos nascido numa família muito pobre, mas Zezé possui um riquíssimo imaginário que o ajuda a suportar a miséria e os maus-tratos de que é alvo.
A sua criatividade consegue transformar um pequeno pé de laranja lima num ativo companheiro de brincadeiras. Viajamos com Zezé nas suas múltiplas aventuras, na comovente descoberta da ternura através do seu amigo Portuga mas também na descoberta da dor quando o amigo morre tragicamente tolhido por um comboio.
O valor da amizade, a capacidade da imaginação para superar as condições mais adversas, a defesa do amor e da ternura como armas para vencer o medo e a estreita ligação com a natureza são alguns dos temas abordados.
O nosso “O Meu Pé de Laranja Lima” não pretende recriar as personagens e os lugares descritos por José Mauro de Vasconcelos. Queremos contar esta história, evocar as personagens e os lugares, mas manter intacto o seu carácter narrativo - é um livro que está a ser lido, que quer ser lido - quem o lê assume o papel de narrador e como um bom contador de histórias vai assumindo, aqui e ali, a voz e o carácter de uma e de outra personagem e porque já o repetiu vezes sem conta nem precisa de olhar para o texto porque sabe aquelas palavras de cor, ou seja, no coração.
Sendo um dos livros juvenis mais lido desde há várias gerações, cada leitor guarda para si as imagens que a sua imaginação criou aquando da leitura. Não queremos "perturbar" esse imaginário, mas sim evocar a vibração contida na narrativa e é essa vibração que é partilhada com o público.