Renova-se este ano a atribuição de Prémios Literários pela Estoril Sol, uma das mais prestigiadas iniciativas que integram o calendário de eventos com relevância cultural. Ao instituir os Prémios Literários Revelação Agustina Bessa-Luís e Fernando Namora presta-se, assim, homenagem a dois grandes escritores de Língua Portuguesa. Recorde-se que, em relação ao Prémio Revelação, foi eliminado do respectivo Regulamento o limite dos 35 anos de idade, cláusula que o Júri considerou estar a condicionar o aparecimento de novos valores.
O prazo de recepção dos originais e romances concorrentes termina no próximo dia 31 de Maio.
Com a abolição dessa norma considerada restritiva, a Estoril Sol vai ao encontro do desejo evidenciado por numerosos candidatos ao concurso, que estavam impossibilitados de nele participarem. No entanto, mantém-se a obrigatoriedade do romance concorrente ser inédito, e de autor português, “sem qualquer obra publicada no género”.
O romance vencedor do Prémio Literário Revelação Agustina Bessa-Luís, em 2017, foi “O Invisível”, de Rui Lage. O Prémio tem o valor de 10 mil euros e, nos termos do Regulamento, a obra vencedora será publicado pela Editora Gradiva, conforme o protocolo existente com a Estoril Sol.
Ao eleger “O Invisível”, o júri considerou tratar-se de “um romance com notável fulgor imaginativo” no qual “a figura histórica de Fernando Pessoa é tornada personagem de romance e colocada no centro de uma trama de ficção muito original, que cruza criativamente referentes conhecidos da época e Cultura Pessoanas, particularmente a sua vertente ocultista e/ou esotérica”.
Presidido por Guilherme D `Oliveira Martins, o Júri será, ainda, comum ao Prémio Literário Fernando Namora, que volta a ser instituído, também, pela Estoril Sol, e é atribuído regularmente desde 1988.
O Prémio Literário Fernando Namora, reservado a romances publicados, e com periodicidade anual, tem o valor de 15 mil euros. Recorde-se que foi Ana Cristina Silva com o seu romance “A Noite Não É Eterna”, a vencedora no ano passado.
Na acta, o Júri salientou o facto do romance vencedor ser “uma obra que se articula a partir da realidade social, política e humana das crianças romenas, e das suas famílias, no período da ditadura de Nicolae Ceausescu”. O Júri foi, ainda, sensível a “uma belíssima composição narrativa com linguagem sóbria e cuidada, que valoriza em particular a narrativa de um drama pungente, num quadro político sufocante e obsessivo. É uma história construída sobre os labirintos da tirania”.
O Júri, além de Guilherme D`Oliveira Martins, que preside, em representação do CNC – Centro Nacional de Cultura, integra, ainda, José Manuel Mendes, pela Associação Portuguesa de Escritores; Maria Carlos Gil Loureiro, pela Direcção Geral do Livro e das Bibliotecas; Manuel Frias Martins, pela Associação Portuguesa dos Críticos Literários; e, ainda, Maria Alzira Seixo e Liberto Cruz, convidados a título individual e Nuno Lima de Carvalho e Dinis de Abreu, em representação da Estoril Sol.