O quarto programa dos Serões Musicais no Palácio da Pena, a apresentar nos dias 23 e 24 de Março, propõe a redescoberta do intenso intercâmbio musical entre Portugal e Espanha, durante o século XIX e início do seguinte. A ilustrá-lo, a soprano Sónia Alcobaça e o tenor Mário João Alves, acompanhados ao piano por João Paulo Santos.
O ditado popular português “De Espanha, nem bom vento, nem bom casamento” dá o mote para este fim de semana de Serões Musicais. Ora, o programa que será apresentado no Salão Nobre do Palácio, nos dias 23 e 24 de Março, às 21 horas, contraria esse famoso dito e demonstra as profícuas relações culturais verificadas entre Portugal e Espanha, grosso modo entre 1850 e o primeiro terço do século XX.
O título completo do programa destas noites é “‘De Espanha, nem bom vento…’: o mundo musical ibérico entre o romantismo e a Belle Époque” e nele se evocam, quer os músicos espanhóis que se apresentavam em Portugal, quer os seus congéneres portugueses que atuavam um pouco por todo o território do país vizinho. Autores como Manuel García, Gioacchino Rossini, Francisco Barbieri, Alexandre Rey-Colaço ou João Arroyo figuram nesta ilustração do mundo musical ibérico dessa época.
Este programa foi elaborado em conjunto por João Paulo Santos e pela musicóloga Luísa Cymbron, professora na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e investigadora especializada no repertório vocal oitocentista que circulou em Portugal. Intérpretes serão a soprano Sónia Alcobaça e o tenor Mário João Alves, dois cantores líricos com presença regular no palco do Teatro São Carlos.
O ciclo Serões Musicais no Palácio da Pena é uma iniciativa conjunta da Parques de Sintra e do Centro de Estudos Musicais Setecentistas em Portugal (CEMSP), tendo por diretor artístico o maestro Massimo Mazzeo. Os “Serões Musicais” iniciam a Temporada de Música Erudita da Parques de Sintra, a qual inclui ainda, em Julho, os “Reencontros – Memórias musicais no Palácio de Sintra”, e, em Outubro e Novembro, o ciclo “Noites de Queluz – Tempestade e Galanterie”.