Um cretino já nasce assim ou faz-se? Porque se dão bem os cretinos em determinados meios? Como se explica o seu encanto perverso?
Subirás mais depressa na tua empresa se fores cretino? Muita gente anda pela vida tratando decentemente os outros seres humanos, mas outros são simplesmente cretinos. Isto é o que afirma o professor e filósofo Aaron James no seu livro “Assholes: a Theory”, um bestseller do New York Times. Partindo desta obra, o aclamado realizador John Walker filmou um documentário provocador que analisa de forma divertida porque é que os cretinos estão a aumentar nos locais de trabalho, nos governos e nos nossos próprios lares. Nestes tempos de venenosas redes sociais, ressurgimento do autoritarismo e do narcisismo descontrolado, chegou o momento de apresentar a teoria do cretino.
Assholes analisa uma das figuras mais tóxicas e aceites de nossa sociedade e põe à prova os limites de aceitação de cretinos na nossa vida.
Se o teu chefe acha que tem o direito de ser desagradável contigo, porque tem mais poder ou por que acha que tem mais talento que tu, o teu chefe não é um líder, mas sim um cretino. Isto também é aplicável a membros da tua família ou do teu grupo de amigos.
“O mundo ficaria melhor sem cretinos, mas não vamos conseguir livrar-nos de todos, isso é a realidade”.
“A minha primeira motivação para fazer este documentário foi proporcionar ferramentas à minha filha, para evitar os cretinos, saber como comportar-se no meio deles e não trabalhar para um cretino. De modo que pode dizer-se que é um documentário ativista”.
John Walker (Realizador do documentário)
Alguns participantes (que procuram compreender e fazer retroceder a corrente ascendente de cretinice):
O actor John Cleese, com o seu sarcasmo, define o sistema financeiro como a indústria dos cretinos por excelência. Também nos fala da mãe e interroga-se sobre se ele já foi um cretino.
Leslie Miley: uma das poucas afroamericanas que conseguiu subir em Silicon Valley, analisa os estragos que geram a tal filosofia de vida do avança rapidamente e vai partindo coisas pelo caminho.
SHERRY LEE BENSON-PODOLCHUK: ex-agente da polícia, deixa em pedaços a imagem de cortesia da polícia montada do Canadá, realçando a sua misoginia.
Robert Hockett: consultor político, que tanto trabalhou para o movimento “Occupy Wall Street” como para a Reserva Federal dos Estados Unidos, durante a crise que rebentou em 2008.
Paul Purcell: banqueiro, presidente e CEO da Baird, empresa de gestão financeira que gere 77.000 milhões de dólares dos clientes. Impôs uma regra: que não fossem admitidos cretinos nos seus escritórios. Depois de tomar essa medida, o rendimento da sua empresa triplicou o da concorrência.
Vladimir Luxuria: activista LGBT italiana, ex-parlamentar, famosa pelos seus confrontos com Silvio Berlusconi.
Estreia: 29 de Abril, 22h30
Canal: Odisseias