quinta-feira, 23 de julho de 2015

Estreias de cinema de 23 de Julho de 2015

Esta semana dentre as várias estreias de cinema nas salas nacionais o "Cultura e não Só" destaca as seguintes:


Mr. Holmes

E se Sherlock Holmes não fumasse cachimbo, mas sim charutos? E se nunca tivesse usado o famoso chapéu de caça? Estas e outras revelações são feitas pelo próprio detective que, já nos seus 90 anos, se ri dos mitos que foram criados à sua volta, ao mesmo tempo que procura uma forma de repor a verdade dos factos, nomeadamente no que respeita a informações veiculadas pelo seu assistente, Watson. Sherlock (Ian McKellen) acaba de chegar à sua remota quinta inglesa, vindo de um Japão devastado pela II Guerra Mundial. Ali pretende passar os últimos anos da sua vida na tranquila companhia das suas abelhas, da governanta da casa (Laura Linney) e do filho desta, Roger (Milo Parker). É com ele que Sherlock, que se debate com a perda progressiva de faculdades mentais, resolve partilhar as suas memórias, incluindo os detalhes de um caso que não chegou a resolver...
Um filme de crime e mistério, com realização do norte-americano Bill Condon ("Deuses e Monstros", "Relatório Kinsey", "Dreamgirls", "O Quinto Poder"), sobre o mais famoso investigador da literatura. Apresentado fora de competição no Festival de Berlim, "Mr. Holmes" baseia-se no livro "A Slight Trick of the Mind", de Mitch Cullin, que apresenta uma visão alternativa do famoso personagem criado por Arthur Conan Doyle.


Amy

A 23 de Julho de 2011, o mundo da música recebia a notícia da morte de Amy Jade Winehouse. Tinha 27 anos, a mesma idade de outros "mártires" da pop quando desapareceram (Brian Jones, Jimi Hendrix, Janis Joplin, Jim Morrison, Kurt Cobain…), o que veio alimentar a glorificação da sua figura. Nascida em 1983, Amy cresceu no bairro londrino de Southgate. Viria a tornar-se uma das mais celebradas cantoras soul. A projecção para a fama planetária – essa fama que sempre disse nunca ter desejado – deu-se com o álbum "Back to Black" (2006), que incluía temas como "Rehab", "You know I'm no good" ou "Tears dry on their own". Mais de 12 milhões de cópias foram vendidas em todo o mundo. Os Grammys também se lhe renderam: conquistou cinco galardões. Houve quem lhe atribuísse até a inauguração de uma "escola" musical feita de ensinamentos da soul e de uma certa nostalgia musical à medida do século XXI. A voz, associada aos exageros de "eyeliner" e cabelo, compunham toda uma "persona" que não falhava em agitar o meio. Fez manchetes pelo vozeirão, mas também pelos escândalos e pseudo-escândalos associados à dependência de álcool e drogas, a um estilo de vida irregular e a uma vida pessoal conturbada. Amy viu-se perante a dificuldade em lidar não só com esses problemas, mas também com a voraz curiosidade da comunicação social. Esse desequilíbrio continua a ser apontado como o factor determinante para o seu final trágico. Chegou a subir aos palcos em Portugal, no festival Rock In Rio Lisboa 2008. Quem a viu recorda o momento constrangedor de encontrar uma mulher trôpega, disfuncional e incapaz de se manter em pé – quanto mais cantar. A rota de decadência continuou. Em 2011, chegou a ter concerto marcado para o festival Sudoeste, na Zambujeira do Mar, em Agosto, mas a actuação acabou por ser cancelada por alegados problemas de saúde. Amy não sobreviveria a esse Verão.
Estreado em Cannes, tendo como pano de fundo a polémica da não-aprovação da sua família mais próxima, "Amy" tem a assinatura do inglês Asif Kapadia, que já tinha sido responsável por "Senna" (2010), o premiado "biopic" sobre o piloto brasileiro de Fórmula 1 Ayrton Senna. Combina imagens de arquivo (muitas inéditas) recolhidas pelo realizador e reflecte o conteúdo de mais de uma centena de entrevistas que fez a familiares – incluindo o ex-marido, Blake Fielder-Civil –, amigos e elementos da indústria musical. O documentário, que chega aos cinemas no dia do quarto aniversário da morte da cantora, traça um retrato comovente de alguém que, apesar da forte personalidade artística, era a fragilidade em pessoa. Tendo como fio condutor as letras das suas canções, Amy é recordada como uma vítima do próprio sucesso.


Mínimos

Os Mínimos são uma comunidade de incontáveis seres pequenos, amarelos e em forma de comprimido. Incansáveis e algo insanos, são dotados de um humor só comparável à tendência para tropelias. O sentido da vida destas criaturas depende de uma única coisa: servirem um vilão. Com Gru, um maldisposto crónico, encontraram a simbiose perfeita. Mas nem sempre foi assim. Esta é a história da sua evolução desde os primórdios dos tempos. É também a história da sua longa e infrutífera busca por um amo, do tiranossauro a Napoleão, passando pelo Conde Drácula. Em 1968, 42 anos a.G. (antes de Gru), os Mínimos estão deprimidos e sem mestre. Três deles – Kevin, Bob e Dave – decidem fazer-se à estrada em direcção a Orlando (EUA), onde decorre a maior de todas as convenções de detestáveis, temíveis e maldosas figuras: a Vilão-Con. Ali encontram Scarlett Overkill, a primeira supervilã do mundo. Convencidos de que encontraram a chefe perfeita, vão trabalhar para ela em Londres (Inglaterra). Rapidamente se vêem embrulhados em aventuras em catadupa que vão incluir o maior desafio da sua existência: a salvação de todos os Mínimos.
Comédia de animação realizada por Pierre Coffin e Kyle Balda, com argumento de Brian Lynch, "Mínimos" é um "spin-off" da saga "Gru - O Maldisposto" que dá protagonismo às pequenas e hilariantes criaturas. A versão original conta com as vozes de Sandra Bullock, Michael Keaton e Steve Coogan. Do elenco português fazem parte Soraia Chaves, César Mourão, Herman José e Vasco Palmeirim.