quarta-feira, 12 de junho de 2019

"Serpentário" de Carlos Conceição galardoado no Sicilia Queer


“Serpentário” de Carlos Conceição, recebeu o prémio "Nuove Visioni" na 9ªedição do Sicilia Queer que se realizou de 30 de Maio a 5 de Junho de 2019 em Palermo. O galardão foi atribuído pelo júri internacional do certame, composto por Eva Sangiorgi (directora artística da Viennale), Mykki Blanco (músico e performer, Premio Nino Gennaro 2019), Aël Dallier Vega (montadora de cinema), Sara Fattahi (realizadora), Mònica Rovira (realizadora e actriz).

Nas palavras do júri, «O filme oferece uma experiência de memória tanto emocional quanto física. É uma obra pessoal e intemporal, capaz de representar as camadas invisíveis do passado e presente numa paisagem abstrata e pós-apocalíptica. Liberta as memórias mais íntimas em nós e, ao mesmo tempo, questiona-nos sobre a história. Tudo isto apoiado numa singular voz cinematográfica".

“Serpentário”, uma co-produção luso-angolana, representada pela Agência da Curta Metragem, segue um rapaz que vagueia por uma paisagem africana pós-catástrofe em busca do fantasma da sua mãe e é protagonizado por João Arrais, contando ainda com a participação de Isabel Abreu (voz). É um filme emocional e muito pessoal sobre a memória, uma jornada sensorial de redescoberta que se vai transmutando entre a incursão autobiográfica do realizador em África - onde nasceu e viveu até aos seus 21 anos - e episódios da história daquele continente.

O filme, primeira longa-metragem de Carlos Conceição, teve a sua estreia mundial na secção Fórum do festival de Berlim em Fevereiro último e será exibido pela primeira vez em território português, em Julho, no Curtas Vila do Conde onde o autor será o Realizador em Foco e exibirá uma pequena retrospectiva da sua obra - que incluirá a curta-metragem "Versailles", uma versão inédita remontada, "Coelho Mau" e "O Inferno" - bem como uma Carte Blanche, onde Conceição escolhe filmes que dialogam com o seu percurso e a sua obra: da referência incontornável a Pasolini e Carl Dreyer, de quem se mostrará "La Sequenza Dei Fiore di Carta" e "Thorvaldsen", respectivamente, até "Le Musée" de Walerian Borowczyk, cujo trabalho, recentemente restaurado, está a ser redescoberto pela comunidade cinéfila mundial.