«Não condenemos os pensamentos
de ninguém, antes de os examinar de raiz», escreve Camilo Castelo
Branco em O Retrato de Ricardina, o mesmo Camilo Castelo Branco
que, sem pudor, atira a deixa desafiadora que dá título a este post em O Perfil do Marquês de Pombal. Frases que merecem
o destaque que a Quetzal lhes dá em 1000 Frases de Camilo Castelo
Branco, com organização de Luís Naves, um livro que surge na
sequência da recolha de frases de Fernando Pessoa e Vergílio
Ferreira, e que chega hoje às livrarias.
Camilo Castelo Branco (1825-1890) é o nosso mais genial e inventivo romancista.
Não há romance, novela ou ensaio da sua autoria que não contenha frases memoráveis, personagens trágicas ou cómicas que se
exprimem de forma singular, pensamentos ousados, reflexões que
apetece repetir. O seu léxico é poderoso e maleável; a sua veia,
cómica (tão próxima do cinismo como da melancolia); as suas
ideias, controversas.
Dessa obra multifacetada e brilhante, Luís Naves recolheu exactamente 1000 frases, que traduzem o temperamento e o génio de
Camilo Castelo Branco, passando por temas como o amor, a literatura, a política, entre outros.
Sobre o organizador
Luís Naves nasceu em Lisboa, em 1961. Foi jornalista no Diário de Notícias, nas áreas de economia e de internacional, tendo assinado reportagens em zonas de conflito, nomeadamente
aquando dos distúrbios na Guiné-Bissau, em 1998, ou no Paquistão, após os atentados do 11
de Setembro. Durante vários anos, escreveu no DN sobre assuntos europeus. Além de blogger e
cronista, é autor de cinco livros de ficção, três dos quais foram publicados pela desaparecida
Campo das Letras: O Silêncio do Vento (1999), Os Reis da Peluda (2002) e Homens no Fio (2006).
Dois dos seus romances foram publicados pela Quetzal: Territórios de Caça (2009) e Jardim Botânico (2011).