quarta-feira, 17 de abril de 2019

Exposição Aquarelas do Descobrimento de Carybé



Inaugurada do dia 9 de Março, a exposição Aquarelas do Descobrimento, do artista plástico Carybé, já levou mais de 1.500 pessoas ao Palácio da Independência, no Rossio. O sucesso de público fez a Embaixada do Brasil em Portugal prorrogar a exibição das obras do renomado artista plástico brasileiro por quase um mês. Programada inicialmente para encerrar no dia 4 de maio, a exposição agora ficará em Lisboa até o dia 1 de Junho. 

“Tínhamos a expectativa que o ineditismo da exposição em Portugal, somado à qualidade e ao sentido histórico das obras, atraísse grande público ao longo do período da Mostra. Mas ultrapassar 1.500 visitantes logo nos primeiros dias foi uma feliz surpresa e, diante dessa demanda, decidimos pela prorrogação da exposição”, afirmou o Embaixador do Brasil, Luiz Alberto Figueiredo Machado.

As 52 obras em formato 50x40cm emolduradas com vidro e passe-partout que integram a exposição são versões aguareladas sobre o registo mais antigo da existência do Brasil: a Carta de Pero Vaz de Caminha. Em cores vivas e traços leves, Carybé deu vida aos momentos mais marcantes da narrativa portuguesa sobre o Brasil: a navegação da esquadra; o avistar das terras; o primeiro contacto entre portugueses e índios; a troca de culturas; a primeira missa. Cenas dos primeiros encontros que, mais tarde, com a contribuição igualmente fundamental dos africanos, dariam origem ao povo brasileiro.

Originalmente, os desenhos foram feitos em tinta nanquim e publicados em preto e branco no livro “Carta a El Rey Dom Manuel”, uma releitura do documento histórico idealizada pelo escritor Rubem Braga, tendo como mote o quinto centenário de nascimento de Pedro Álvares Cabral, em 1968. Rubem Braga, amigo e compadre do pintor, descreve na introdução do livro: “Esta edição, pela sua natureza, não comporta notas nem glossário. A novidade verdadeira que ela traz, e que a justifica, são os 52 desenhos que a ilustram, do cidadão baiano Carybé.”

“Aquarelas do Descobrimento” tem como curadora Solange Bernabó, filha de Carybé. O trabalho procurou privilegiar a sintonia entre os momentos do artista, com a sua técnica privilegiada, e o marco da história do Brasil revelado em traços leves, coloridos e minuciosos.

 “Carybé foi um exímio desenhista e aquarelista, arte aparentemente simples, mas que exige maestria técnica e não permite correcções. Partindo do relato escrito por Caminha, usou sua imaginação e conhecimento, para transformá-lo em imagens, dando-nos a sensação de termos testemunhado os acontecimentos que há mais de cinco séculos deram origem ao Brasil”, afirma Solange Bernabó.