Este ano, a Rhino / Parlophone inicia o Jazz Appreciation Month com uma das figuras mais influentes da música americana do século XX, Charles Mingus, que faria 100 anos no próximo dia 22 de abril. O legado de Mingus estará em destaque com o lançamento de uma edição deluxe do seu álbum, Mingus Three, a tempo de comemorar o seu centenário como um baixista virtuoso e como um pianista, líder de banda e compositor de excelência.
A Rhino/Parlophone celebra o legado de Mingus com uma versão atualizada da sua gravação de 1957 com o pianista Hampton Hawes e o baterista Dannie Richmond. As sete faixas originais foram alargadas com oito sessões de estúdio inéditas recentemente descobertas no arquivo da Parlophone, em Londres, e incluem versões diferentes de todas as faixas do álbum menos uma (“Laura”), e dois blues originais.
A edição apresenta uma réplica da capa original da Jubilee Records e um livro com fotos da época, bem como notas da autoria do orquestrador e pianista de jazz Sy Johnson, que colaborou com Mingus na década de 70 e participou na orquestração do seu álbum de 1972, Let My Children Hear Music. Segundo Johnson: “A gravação de Mingus Three foi agendada para 9 de julho de 1957. O Mingus e o Hawes chegaram ao estúdio com as suas histórias: o Mingus tinha uma longa e poderosa história de ativismo, injustiças a ataques políticos ancorada numa extraordinária criação musical, e o Hawes tinha um espólio de prémios de jazz e um sucesso enorme – e como tocava! O encontro tornou-se um diálogo entre o Mingus e o Hawes, pontuado pelo Richmond.”
Mingus gravou o álbum num dia com Hawes, seu amigo de infância, que tinha integrado bandas com Charlie Parker e Dexter Gordon, e com o baterista Dannie Richmond, cuja colaboração com Mingus durou mais de duas décadas. Mingus Three incluiu quatro obras canónicas (“Yesterdays,” “I Can’t Get Started,” “Summertime” e “Laura”), dois originais de Mingus (“Back Home Blues” e “Dizzy Moods”), e uma jam session, “Hamp’s New Blues.”
As faixas bónus oferecem uma nova visão sobre os músicos e versões alternativas de faixas do álbum, incluindo versões swing de “Summertime” e “Hamp’s New Blues.”
A música de Mingus continua a chegar a novos públicos por intermédio da Mingus Big Band (dirigida pela sua viúva, Sue Mingus), Kamasi Washington, Chrissie Hynde (cujo álbum mais recente inclui uma composição de Mingus), Candace Springs, Elvis Costello, Gang Starr, Joni Mitchell (que escreveu letras para músicas de Mingus) e outros artistas. O legado musical de Mingus continuará a ter um papel essencial na história da música durante muitas gerações.