quarta-feira, 30 de março de 2022

Embaixadores Canon partilham previsões para o futuro do storytelling



Através das objetivas de reconhecidos fotógrafos e videógrafos internacionais, incluindo Ivor Prickett, premiado fotojornalista e colaborador do New York Times, e Muhammed Muheisen, fotojornalista e vencedor por duas vezes do Prémio Pulitzer, a Canon revelou uma série de previsões com vista a moldar o futuro do storytelling visual.

A cada segundo, temos acesso a histórias digitais na palma das nossas mãos, e o avanço da tecnologia permite-nos contar histórias de forma mais autêntica e envolvente, criando novas oportunidades para criadores e consumidores.

Guia Besana, aclamada fotógrafa de retratos, considera que o storytelling “vai mudar muito com as novas gerações” – então, o que está reservado para o futuro do storytelling visual num mundo mais vincado pela tecnologia e pela política?

Storytelling guiado pelo espectador num mundo interativo
Os nossos especialistas acreditam que as tecnologias de Inteligência Artificial (IA) e Realidade Aumentada (RA) serão fundamentais para o aparecimento do ‘storytelling guiado pelo espectador’, que exige maior controlo sobre os pontos de vista do conteúdo.

Na próxima década, podemos chegar a um ponto em que os espectadores terão a possibilidade de controlar como veem uma imagem, desde o ajuste da iluminação ou a alteração dos ângulos da câmara, para uma experiência totalmente interativa e personalizada.

Simeon Quarrie, célebre videógrafo que utiliza o poder do movimento e das imagens estáticas para criar experiências imersivas de storytelling, comenta: “Os algoritmos das redes sociais decidem as histórias que vemos com base no nosso histórico de visualizações, mas o algoritmo do futuro ditará a estrutura da história a que assistimos”.

Muhammed Muheisen concorda e acrescenta: “As ferramentas estão a mudar e a tecnologia é cada vez mais dominante. As redes sociais estão em todo o lado. É como um comboio que se move muito rápido, e é melhor estar ao lado dele do que passar dez anos a tentar alcançá-lo.”

A tecnologia já não é apenas uma ferramenta passiva, utilizada para acompanhar virtualmente a vida das outras pessoas – os contadores de histórias procuram cada vez mais criar uma experiência interativa. “Imagine assistir a um filme ou uma série de TV. O plano e a composição permanecem estruturados, mas o visual dentro da história altera-se,” acrescenta Simeon.

Esta tendência já nos informa sobre como os espectadores se envolvem com o conteúdo, com o recente anúncio de uma grande plataforma de streaming que irá lançar pelo menos um título interativo a cada três meses. Kevin Tran, analista de meios da Variety, vê isto como uma abordagem direcionada para captar o público de uma forma mais convincente, num cenário mediático cada vez mais competitivo.

A democratização do storytelling
Guia Besana, cujo trabalho se foca em questões femininas e na identidade das mulheres, acredita que nos próximos dez anos “o storytelling vai abranger um conhecimento mais amplo, trazendo novas histórias com novos pontos de vista.”

A proliferação das redes sociais significa que as histórias locais têm maior relevância e significado à escala global, como aponta Laura Bisgaard Krogh, realizadora de documentários. “[Devemos] contar histórias realmente importantes. Para que o possamos fazer, todos temos de estar envolvidos.” à medida que a tecnologia de imagem e as redes sociais se tornam mais acessíveis, mais histórias locais podem tornar-se globais. “A tecnologia permite-me alcançar milhões de pessoas em segundos através das redes sociais,” diz Muhammed.

Quando olhamos para o futuro, prevemos um crescimento da apetência por histórias visuais que cruzam fronteiras geográficas. Tal é sublinhado pelo facto de se esperar que 50% do conteúdo de streaming para os mercados europeus contenha linguagem de programação em idiomas diferentes do inglês até 2030, o que enfatiza a procura por histórias com cultura e costumes diferentes da do espectador em questão.

Fatiga digital num mundo alimentado pela nostalgia
Apesar de vivermos num mundo cada vez mais digital, os especialistas preveem que o poder da impressão terá um papel a desempenhar para apoiar a experiência visual do storytelling, devido à ligação emocional que oferece.

Explorar a humanidade permite que os contadores de histórias se destaquem por entre o ruído digital ou, como explica Tasneem Alsultan, fotojornalista, artista e fotógrafa, abram espaço para coisas que “desencadeiam sentimentos”. A criadora não “vê a impressão morrer para breve”, devido à beleza intrínseca e nostalgia que inspira. Ao invés disso, o digital e o papel vão continuar a coexistir em harmonia para criar uma experiência emotiva em espaços físicos e virtuais, que podem fazer de cada um de nós um contador de histórias.