quarta-feira, 18 de setembro de 2019

A Morte não É Prioritária – Biografia de Manoel de Oliveira



Paulo José Miranda, premiado autor, vencedor, entre outros, do Prémio José Saramago, dá continuidade à colecção «Biografias de Grandes Figuras da Cultura Portuguesa Contemporânea», da Contraponto, ao apresentar a obra A Morte não É Prioritária – Biografia de Manoel de Oliveira. Este é o segundo título da coleção, que chega às livrarias a 20 de setembro, e conta já com duas sessões de apresentação agendadas: no Porto de Encontro, no dia 22 de setembro, pelas 16h00, com apresentação de Pedro Mexia, na Biblioteca Municipal Almeida Garrett (Porto), encerrando a Feira do Livro do Porto, e a 23 de setembro, pelas 18h30, na Cinemateca Portuguesa (Lisboa), com apresentação de Paulo Branco e Gonçalo M. Tavares. 

Nesta obra, Paulo José Miranda mergulha na vida e no génio do realizador. Manoel de Oliveira teve uma vida longuíssima – 107 anos –, com várias vidas dentro dessa vida. O livro revela muitas informações e curiosidades até aqui desconhecidas de uma figura tudo menos trivial.

Manoel de Oliveira dedicou-se a tempo inteiro ao cinema numa idade em que a maioria das pessoas está já reformada: aos 70 anos. Mas isso não o impediu de filmar durante mais trinta e cinco anos. Este é, por isso, um livro sobre a capacidade de superação dos limites impostos pela vida, um livro acerca de um homem que esteve sempre pronto a começar de novo. 
Em jovem, foi campeão nacional de salto à vara. E trapezista voador. Nessa mesma altura, realizou o primeiro filme, que foi aplaudido de pé por um Nobel da Literatura. Foi piloto de automóveis, vencendo várias provas. Tirou o brevet de piloto e sobrevoava a quinta da namorada largando cartas de amor. Foi galã de cinema, entrando em A Canção de Lisboa. Foi agricultor no Douro. E, por fim, gestor industrial. Manoel de Oliveira está nos antípodas do convencional, não só no tocante à vida, mas também no que respeita à obra.

Neste livro, Paulo José Miranda mergulha no génio do realizador, procurando compreender os filmes que fez à luz das revoluções que ia produzindo em diferentes épocas. Nesse sentido, esta é também, e ao mesmo tempo, uma biografia crítica e uma aproximação do leitor à obra de Oliveira, tardia e tantas vezes mal compreendida. 

Apesar de constantemente impedido de filmar durante a ditadura, ao dar-se o 25 de Abril, Oliveira perde a fábrica e a casa que mandara construir quando casara. Nessa altura, diz ao produtor Paulo Branco, com quem tinha acabado de fazer o primeiro filme: «Paulo, agora temos de andar para a frente, agora tenho de viver do cinema.» O que, efectivamente, irá acontecer e durante muitos anos. Mais de vinte filmes depois, já perto dos 100 anos, Manoel ainda ousa dizer a um velho amigo: «Tenho de pensar no meu futuro.»

PVP: 19,90 €|