quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Eu, Maria das Dores, me Confesso


Depois de doze anos em silêncio, Maria das Dores, a mandante do mais mediático dos crimes de sangue cometidos em Portugal, decidiu falar pela primeira vez e contar a sua versão dos acontecimentos. Por altura do julgamento, foram publicados vários livros sobre o caso, mas é no dia 13 de setembro de 2019, sexta-feira, que chega às livrarias Eu, Maria das Dores, me Confesso, a versão da própria Maria das Dores e que toda a gente desconhece. 

Escrito com a colaboração da jornalista Virginia López, o livro vai ser apresentado numa sessão dedicada em exclusivo à comunicação social, no dia 12 de setembro, às 15h00, no El Corte Inglés de Lisboa. Participarão nesta apresentação Virginia López, a profissional escolhida pela editora para auxiliar a autora na escrita do livro, e David Motta, filho de Maria das Dores. A Verso de Kapa foi recentemente integrada no Grupo BertrandCírculo e, nesta nova vida, dedicar-se-á à publicação de livros de não-ficção, em especial no domínio das memórias, dos testemunhos e das histórias de vida. Norteiam o trabalho da Verso de Kapa características como o rigor linguístico e a qualidade gráfica. Eu, Maria das Dores, me Confesso é o primeiro livro da nova Verso de Kapa. 

Sinopse

Maria das Dores mandou matar o marido e foi condenada a 23 anos de prisão, num dos julgamentos mais mediáticos que Portugal já conheceu. O crime tinha todos os ingredientes para suscitar interesse: paixão, ódio, dinheiro e um desenlace macabro. A imprensa batizou-a como a socialite que mandou matar o marido para cobrar o seguro de vida. Mas ela nunca confessou o crime. Durante o julgamento, declarou-se inocente e culpou o motorista e o amigo de serem os únicos responsáveis pelo assassinato de Paulo Pereira da Cruz. Apesar de condenada, e ao longo de anos, Maria das Dores continuou a negar o seu envolvimento. Está presa há 12 anos no Estabelecimento Prisional de Tires, no qual teve de aprender a conviver com outras reclusas, sem mordomias, numa cela partilhada, que compara a uma caixa fechada onde se respira mal. Uma caixa sem liberdade, nem os luxos a que estava habituada. Na prisão, não pode comer sushi, usar alta cosmética ou vestir roupa de marca. Longe estão os dias em que Maria das Dores era capaz de gastar mil dólares num dos melhores cabeleireiros de Nova Iorque.

Neste livro, Maria das Dores rompe o silêncio ao cabo de 12 anos e confessa: sim, eu mandei matar o meu marido. E explica por que razões o fez. Quem é a mulher por trás da assassina? Em Eu, Maria das Dores, me Confesso, o leitor encontrará revelações surpreendentes, cartas inéditas escritas a partir da prisão e as reflexões da mulher arrependida que, levada pelo ciúme e pela raiva, cometeu um terrível erro irrefletido que custou a vida do marido, a própria liberdade e a relação com o filho mais novo. Maria das Dores foi condenada pela justiça e também pela sociedade. Chegou o momento de contar a sua versão da história – aquela que toda a gente desconhece. 

Sobre as Autoras 

Maria das Dores nasceu e cresceu no Algarve. Aos 17 anos, mudou-se para Lisboa. No ano seguinte, foi aceite como hospedeira na TAP, mas preferiu ingressar na banca e fazer carreira. Durante esse percurso, decidiu continuar a estudar e apaixonou-se por um professor, José, com o qual vem a casar e a ter um filho, David. Essa união dura uma década e é interrompida pela paixão avassaladora por outro homem, Paulo – uma paixão que há de terminar em tragédia. Com Paulo, procura ser novamente mãe, mas as coisas não correm bem. Abdica então de um ascendente percurso na banca para poder dedicar-se a uma gravidez tardia e de risco. Depois de cinco abortos, nasce Duarte, um bebé saudável. Seis meses depois, acontece algo que muda a sua vida para sempre: ao sair de um almoço com o marido, um desastre de automóvel leva-a a uma incapacidade física de 83%, resultante de sucessivas operações de amputação ao braço esquerdo. Num acesso de ciúme e loucura, e ao antever um pedido de divórcio, encomenda a morte do marido ao motorista de ambos. Como consequência, a 9 de Abril de 2008, é condenada a 23 anos de prisão. Sem contacto com o filho mais novo desde o dia da detenção, jura fazer tudo o que estiver ao seu alcance para que um dia possa pedir-lhe perdão e voltar a abraçá-lo. 

Virginia López nasceu em 1979 em Valladolid, Espanha. Estudou Jornalismo na Universidade Complutense de Madrid e, em 2000, o programa Erasmus trouxe-a para Lisboa. Ao terminar os estudos, participou na realização do programa Os Combatentes do Ultramar, para o Canal História, e depois trabalhou durante uma década como correspondente de vários meios de comunicação espanhóis, como El Mundo ou Cadena SER. Também colaborou com meios portugueses, como Diário de Notícias e Notícias Magazine. Presentemente, é comentadora da Antena 1, no programa O Esplendor de Portugal. Publicou dois livros: De Espanha nem Bom Vento nem Bom Casamento (2012) e Impunidade (2013). É casada com um português e mãe de dois filhos.