quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

Círculo de Leitores publica «História Global de Portugal»



Vivemos hoje num mundo cada vez mais globalizado e uma das tendências de abordagem da história é a história global, uma perspetiva que ultrapassa os limites das fronteiras nacionais, privilegiando as circulações e conexões que contribuíram para uma integração cada vez maior do mundo. Nesse sentido, o Círculo de Leitores publica uma obra pioneira da historiografia portuguesa: História Global de Portugal, dirigida pelos historiadores José Pedro Paiva e José Eduardo Franco e pelo físico e historiador da ciência Carlos Fiolhais.

Este livro, numa edição de capa dura do Círculo de Leitores, pretende oferecer um conhecimento crítico da história do nosso país, em que Portugal é o resultado de incontáveis dinâmicas de diálogo e de choque com outros lugares. Nesta síntese inovadora, encontramos uma visão aberta do nosso lugar no mundo. Portugal participou muito ativamente no que alguns chamam “primeira globalização”, com a inauguração, a partir do século XV, de rotas marítimas da Europa para a África, América do Sul e Ásia. Mas foi também recetor e emissor de inúmeras influências culturais, políticas, científicas, económicas e institucionais, que nos proporcionam uma visão da história que esbate os limites das fronteiras. Este entrelaçamento com diversas fronteiras pode ser realçado, aliás, logo na formação da nacionalidade: D. Afonso Henriques era filho de “estrangeiros”, uma leonesa e um borgonhês.

A História Global de Portugal começa em 240 000 a.C., na Pré-História, e termina com os mais recentes movimentos migratórios dos portugueses no tempo da troika. Estando dividida em grandes períodos, os respetivos capítulos foram coordenados por historiadores bem conhecidos como João Luís Cardoso (Pré-História), Carlos Fabião (Antiguidade), Bernardo Vasconcelos e Sousa (Idade Média), Cátia Antunes (Época Moderna) e António Costa Pinto (Época Contemporânea).

Esta é uma obra coletiva, para a qual contribuíram com mais de 90 artigos – ordenados cronologicamente, ligados a eventos, pessoas ou objetos emblemáticos – 87 historiadores portugueses e estrangeiros. O resultado é um rico mosaico de pontos de vista, que tem como unidade a ideia de um Portugal que sempre manteve fluxos de comunicação de pessoas, objetos e ideias com espaços externos às fronteiras, fundamentalmente estabilizadas desde o século XII, e que são relevantes para pensar a sua própria identidade.